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segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Domingo de plantão

Depois de quase um ano e cinco meses, voltei a fazer plantão numa TV.  Coisa que a maioria dos colegas odeia fazer e que neste final de semana, encarei com alegria de novato em redação. E olha que de sexta para sábado, dormi quase nada. No sábado, completei a terceira semana consecutiva sem jogar futebol, e a tarde de domingo (15/8/2010) foi a mais fria do ano. Pinguim estava procurando lareira.
Também voltei a tirar fotos, o que não fazia há uma semana. Fotografei alguns prédios do entorno da RIT (Rede Internacional de Televisão), onde trabalho temporariamente. São edifícios da alameda Barão de Limeira e da rua Vitória, na chamada Boca do Lixo. Construções belíssimas que fizeram da região uma das mais disputadas pela burguesia paulistana antes dela se deslocar para os Jardins e a região da Paulista. Hoje, estão abandonadas e só não se encontram em situação pior, porque as fachadas, originais ou não, estão livres de propaganda e podem ser admiradas pelos fãs da charmosa arquitetura do Centro de São Paulo.
É claro, que o lixo e a fauna do pedaço tiram o brilho. Bem perto dali tem o Andraus, local de tenebroso e marcante incêndio. Hoje, passa desapercebido para quem tem menos de 40 anos.
Nestes dias de trabalho, tenho olhado com água na boca para talvez o único carrinho da cidade especializado numa das minhas iguarias favoritas - o pudim de leite. Geralmente, acaba rápido. Uma mulher de uns 25, 30 anos no máximo, traz o pudim dentro de uma forma de alumínio e vai cortando as fatias à medida que vai vendendo. Cada uma custa uma mixaria - R$ 2. Ainda vou experimentar...
Na esquina da Avenida São João com o Largo do Paiçandu, tem o famoso churrasco grego. Também, um dia, vou experimentar. Será a minha tentativa de suícidio gastronômico.
Neste domingo, vi o Filé do Morais, na rua Vitória em frente à Praça Júlio Mesquita, vazio em plena hora do almoço. Pudera, o famoso filé custa R$ 67, sem contar bebida, gorjeta, etc. Na sexta, passei de bicicleta pela filial da Alameda Santos, pouco antes de levar uma fechada de um taxista com acentuado problema de visão, incapaz de enxergar um ciclista com farolete alto, colorido feito índio em festa, descendo a ladeira no maior gás.
O frio abaixo dos 10º deveria ser proibido de circular nesta cidade por ordem da prefeitura, que  adora regular tudo (e faturar em cima de tudo).
Almocei hoje na velha padaria Palmeiras, da esquina da Albuquerque Lins com a General Olímpio da Silveira, acompanhado de dois colegas de trabalho, a Renata e o Anderson. No ato, lembrei dos cafés da manhã que tomava com a equipe do Bom Dia São Paulo, quando a Globo ocupava uma modesta e acanhada instalação em frente à Praça Marechal Deodoro. Aqui a Vênus era acinzentada. Tempos que chegava de madrugada e encontrava a Toninha, uma conhecidíssima moradora de rua (morreu?), brigando com trombadinhas ou exercitando o esfíncter sob o Minhocão. Houve uma madrugada que escapei de um tiroteio. Quase virei notícia.
A Globo mandava um café da manhã saudável para a redação. Sanduíches de salame ou de mortadela. Colesterol nas alturas.  O nutricionista e hipocondríaco autor da Hora da Abobrinha era o único que se levantava contra o cardápio das 5, 6 horas da madrugada. Depois do jornal sair do ar e da reunião de pauta, íamos para a padaria que fui hoje. Era uma época que os grandes jornalistas da Globo andavam nas ruas sem serem importunados por caçadores de autógrafos ou de fotos.
Uma vez, cruzei com o Hans Donner, que o porteiro não queria deixar entrar. Segurança é um capítulo para uma próxima postagem. Precisei explicar para a anta quem era o cara que ele estava barrando.
Naquela época, não tinha Instituto Somar ou Climatempo. Eu ia até a janela da redação para fazer a previsão do tempo. Modéstia à parte, errei raríssimas vezes.
Foi lá que conheci o Tony Ramos, a Cláudia Raia, o Ary Fontoura, o Armando Nogueira,  o Rogério Cardoso (Rolando Lero),  o Jornalista Roberto Marinho...Numa madrugada, apareceram Fátima Bernardes e William Bonner, que já conhecia da Band.
Editávamos em formatos de vídeo pré-históricos e escrevíamos as laudas em máquinas de escrever !!! E hoje, com tantos recursos, a molecada que sai das faculdades não sabe quem é Robert Zimmermann!

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