Para quem é pai como eu, é muito estranho passar essa data, independente do caráter comercial dela, longe do meu pai (que virou estrela em 1995) e das minhas filhas que vivem bem distante de São Paulo. Uma, em Ilha Solteira, na divisa com o Mato Grosso do Sul, e a outra, bem longe mesmo, na Austrália. Felizmente, o skype e o celular permitiram que tivesse contato com as duas neste domingo ensolarado. Assim, não passei tão apertado num dia que representa muito para quem tem o privilégio de ter um pai ou de ser pai.
Pieguices à parte, depois de uma semana gelada e feliz com a volta ao trabalho, nada melhor do que aproveitar para fazer exercícios físicos ao ar livre (fiz em recinto fechado nestes dias...). Como o futebol brasileiro ficou privado da minha arte no sábado pela manhã, sobrou para o ciclismo alguns 55 km pela cidade.
O bom do domingo é pedalar por ruas que normalmente são ruins para os ciclistas. Muitos ônibus, pedestres cegos, motoristas que não respeitam, etc. E entre as boas notícias, está a de poder usar faixa de moto sem motoboy. É o caso da Rua Vergueiro na direção da Praça da Sé. Aliás, a Vergueiro é uma das vias mais doidas de se entender em SP. Para que não a conhecesse, ela vem da Anchieta, cruza a Tancredo Neves, a Ricardo Jafet e vai embora para a Paulista. Só que invés de seguir como Vergueiro, vira Bernardino de Campos e vai como Vergueiro, como disse acima, até a Sé.
No caminho, vi coisas curiosas. Uma delas: o delegado Protógenes Queiroz, aquele que foi afastado quando investigava o banqueiro Daniel Dantas, é candidato a deputado.
A segunda: um virtuose do violão sentado na frente de um pet shop, na Avenida Liberdade (poético hein???), tocando para uma plateia invísivel.
A terceira: um clarinetista na Senador Feijó, no Centro, sentado no degrau de uma loja fechada. Quando passei, estava em horário de intervalo.
Quarta: os dezenas de sem teto dormindo numa tarde de domingo a menos de um quilômetro do local de trabalho (?) do sr. gilberto kassab.
Quinta: a democratização da sujeira. Pedalei 55 km - Saúde, Vila Mariana, Liberdade, Centro, Santa Cecília, Higienópolis, Pacaembu, Sumaré,Vila Madalena, Vila Beatriz, Alto de Pinheiros, Vila Leopoldina, Vila Romana, Lapa, porcódromo (região onde fica o desativado estádio do time que não ganha de ninguém, tendo o sr. Felipão de treinador) - , e constatei o que até um deficiente visual percebe (a menos que não tenha olfato). A cidade tem lixo em tudo que é lugar. O Minhocão devia mudar para Mijódromo. Sem falar os donos de cães, que são incapazes de recolher o maluf (pode ser outro político, a escolha é sua) do chão.
Sexta: sei que nas lojas coreanas de roupas femininas do antigo bairro judaico do Bom Retiro, não é permitido experimentar roupas. Pois bem, precisava comprar sandálias daquela marca famosa que diz que não soltam as tiras (mentira, as minhas soltaram e arrebentaram, por isso fui atrás de uma nova). Fui à loja de fábrica, a Meggastore do Shopping Santa Cruz. Primeira dificuldade - não tem vendedor ou alguém que descubra as sandálias no meu número. E quando acha, elas estão num lugar que só é possível pegá-las de rapel. Depois, o problema é encontrar um banquinho para experimentar. Sou das antigas. Do tempo que qualquer loja de calçados tinha cadeiras, calçadeira, etc. Tudo bem, a ideia é de um outlet. Só que até o mais vagabundo dos outlet tem lugar para experimentar calçados. O único da tal meggastore é um estrado com capacidade para cinco, seis pessoas no máximo. Numa loja lotada de gente, é uma ideia de jerico. Não vou me alongar no assunto, mas para experimentar as sandálias, me apoiei numa estante, fechei o caminho de outras pessoas com a minha mochila e fiquei descalço. Prático.
Lady Gaga (não), Paris Hilton (não), Justin Bieber (quem ?), Corinthians (sempre), mulher (sempre), rock (sempre), jazz (sempre), sertanejo (longe daqui), crônicas, baboseiras, bobagens, divagações, filosofias, conversas para bois (e vacas) dormirem, papos sem pé e sem cabeça, digressões, piadas, anedotas, observações, pílulas, sagas, prosopopeias...
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Beno, adoro a forma como vc. escreve e descreve seu trajeto, suas paisagens, seus passeios.
ResponderExcluirÉ agradavel, divertido e leve.
Parabens.
sueli