Lady Gaga (não), Paris Hilton (não), Justin Bieber (quem ?), Corinthians (sempre), mulher (sempre), rock (sempre), jazz (sempre), sertanejo (longe daqui), crônicas, baboseiras, bobagens, divagações, filosofias, conversas para bois (e vacas) dormirem, papos sem pé e sem cabeça, digressões, piadas, anedotas, observações, pílulas, sagas, prosopopeias...
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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012
terça-feira, 21 de fevereiro de 2012
sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012
segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012
Ex-jornalista em atividade disponível para serviços de alta confiança
Repíto uma crítica recorrente à minha pessoa. É a de que me exponho demais nas redes sociais e no blog e que isso me carboniza (queimar é pouco) numa eventual contratação. Pode ser.
Com a experiência acumulada de exatos dez meses e cinco dias de inatividade profissional, só me resta buscar a sobrevivência em outros campos de atuação. Aí vão as minhas sugestões para você, meu amigo, minha amiga, que precisa de alguém de confiança para tarefas de extrema necessidade:
1 - Sou motorista de convalescentes ou parentes de convalescentes, que precisam ser levados à clínicas, médicos, dentistas, hospitais e, nos casos extremos, pais-de-santos.
2 - Levo e busco adolescentes em baladas. Só que é pai sabe como isso é importante. Inclusive, sei que devo ficar a uns 200 m do local da festa para que o (a) adolescente não se sinta constrangido.
3 - Pode me chamar se faltar jogador para completar o quórum da pelada. Nada é mais triste do que não jogar bola quando não vem um.
4 - Guia de São Paulo - sou um GPS natural, fruto de quilômetros de caminhadas, pedaladas e passeios pela cidade. Conheço bares, que nem a Vigilância Sanitária ousa saber o paradeiro. Mesmo nos bairros mais distantes, tenho um radar interno que evita possíveis equívocos de localização.
5 - Psicólogo e hipocondríaco amador - anos de mesa de bar e de balcões de farmácia não podem ser desperdiçados de uma hora para outra. Por exemplo, tenho a receita para aquela dor no coração, seja por motivos afetivos quanto físicos. Tratamentos ortodoxos, heterodoxos, homeopáticos e alopáticos reunidos num só cérebro. Não precisa ter carteirinha de plano de saúde.
6 - Preenchimento de fichas, caminho das pedras no Poupatempo, IRPF, concursos, loterias, promoções, Detran, BOs. Deixa comigo.
7 - Cultura Inútil - a música do seriado de TV, o elenco de tal filme, quem é quem no Oscar, discussões sobre The Big Bang Theory ou Two and a Half Men etc.
Você pode achar tudo isso acima é uma imensa brincadeira. Não é.
Com a experiência acumulada de exatos dez meses e cinco dias de inatividade profissional, só me resta buscar a sobrevivência em outros campos de atuação. Aí vão as minhas sugestões para você, meu amigo, minha amiga, que precisa de alguém de confiança para tarefas de extrema necessidade:
1 - Sou motorista de convalescentes ou parentes de convalescentes, que precisam ser levados à clínicas, médicos, dentistas, hospitais e, nos casos extremos, pais-de-santos.
2 - Levo e busco adolescentes em baladas. Só que é pai sabe como isso é importante. Inclusive, sei que devo ficar a uns 200 m do local da festa para que o (a) adolescente não se sinta constrangido.
3 - Pode me chamar se faltar jogador para completar o quórum da pelada. Nada é mais triste do que não jogar bola quando não vem um.
4 - Guia de São Paulo - sou um GPS natural, fruto de quilômetros de caminhadas, pedaladas e passeios pela cidade. Conheço bares, que nem a Vigilância Sanitária ousa saber o paradeiro. Mesmo nos bairros mais distantes, tenho um radar interno que evita possíveis equívocos de localização.
5 - Psicólogo e hipocondríaco amador - anos de mesa de bar e de balcões de farmácia não podem ser desperdiçados de uma hora para outra. Por exemplo, tenho a receita para aquela dor no coração, seja por motivos afetivos quanto físicos. Tratamentos ortodoxos, heterodoxos, homeopáticos e alopáticos reunidos num só cérebro. Não precisa ter carteirinha de plano de saúde.
6 - Preenchimento de fichas, caminho das pedras no Poupatempo, IRPF, concursos, loterias, promoções, Detran, BOs. Deixa comigo.
7 - Cultura Inútil - a música do seriado de TV, o elenco de tal filme, quem é quem no Oscar, discussões sobre The Big Bang Theory ou Two and a Half Men etc.
Você pode achar tudo isso acima é uma imensa brincadeira. Não é.
quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012
Ministro (crônica genial e atual do Drummond)
Nesta quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012, é bem provável que Mário Negromonte apresente a renúncia ao cargo de ministro das Cidades. Se não for neste dia, será nos próximos. A presidente (acho pedante presidenta) deve trocá-lo por alguém do mesmo partido, o que significa que nada vai mudar na ordem do ministério e, muito menos, melhorar a situação das cidades brasileiras.
Coincidentemente, nesta madrugada, li uma crônica do mestre Carlos Drummond de Andrade, que tem tudo a ver com as constantes trocas no ministério da dona Dilma. Ela está no livro De notícias e não notícias faz-se a crônica, da editora Record. Vou reproduzi-la:
Serás Ministro
- Esse vai ser ministro - sentenciou o pai, logo que o garoto nasceu.
- E você, com esse ordenado micho de servente, tem lá poder pra fazer nosso filho ministro? - duvidou a mãe.
- Então, só porque meu ordenado é micho ele não pode ser ministro? A Rádio Nacional deu que Abraão Lincoln trabalhava de cortar lenha no mato e chegou a Presidente dos Estados Unidos.
- Isso foi nos Estados Unidos.
- E daí? Nem eu estou querendo tanto pra ele. Só quero uma de Ministro.
-Tonzinho, deixa isso pra lá.
- Pra começar, a gente convida o Ministro pra padrinho dele.
- O Ministro não vai aceitar.
- Não vai por quê? Trabalho no gabinete há dois anos.
- Ele é muito importante.
- O Ministro é tão ocupado, você mesmo diz. vê lá se tem tempo pra batizar filho de pobre.
- Pois sim. Ele me trata com toda a consideração, de igual pra igual. Hoje mesmo eu faço o convite.
Fez. O Ministro não pode comparecer, mas enviou representante. era quase a mesma coisa. na hora de dizer o nome do menino, o pai não vacilou; disse bem sonoro:
- Ministro.
- Como? - estranhou o padre.
- Ministro, sim senhor.
A mulher ia atalhar: "Tonzinho, não foi Antônio de Fátima que a gente combinou? " mas era tarde.
No cartório, também estranharam:
- Ministro por quê?
- Porque eu escolhi. Acho lindo.
- Não é nome próprio.
- Pois eu cá acho muito próprio. Não tem aí uma família chamada Ministério, aliás com pessoas distintas, médicos, dentistas etc?
- Tem.
- Pois então. Meu filho é Ministro, só isso. Ministro Alves da Silva, futuro cidadão útil à Pátria. Tem alguma coisa demais?
O garoto registrou-se . Cresceu. Na escola, achavam-lhe graça no nome. Parecia apelido. Depois, o costume. Há nomes mais estranhos.Ministro não era o primeiro da classe, mas também não foi dos últimos.
Já moço, o leque das opções não se abriu para ele. Entre o ofício sem brilho e o andar térreo da repartição, acabou sendo, como o pai, servente de repartição. Promovido a contínuo.
- Eu não disse? - festejou o pai. - Começou a subir. O máximo que subiu foi trabalhar no gabinete do Ministro.
- Ministro, o sr. Ministro está chamando.
- Ministro, já providenciou o cafezinho do sr. Ministro?
- Sabe quem telefonou pra você, Ministro? A mulher do sr. Ministro. Diz que você prometeu ir lá consertar algumas goteiras e esqueceu.
- Ministro! Roncando na hora do expediente!
Começaram os equívocos:
- Telefonema para o Ministro.
- Qual? O Ministro ou o sr. Ministro?
- Esse Ministro é um cretino! Me fez esperar uma hora nesta poltrona!
- Perdão, Deputado, o senhor está ofendendo o Sr. Ministro.
- Eu? Eu? Estou me referindo a esse animal, esse,,,
Até que se apurasse que o animal era Ministro, o contínuo - que confusão!
O Ministro de Estado, ciente da confusão, recomendou ao assessor:
- Faça esse homem trocar de nome.
- Impossível, Sr. Ministro. É o seu título de honra.
- Então suma com ele da minha vida.
Mandaram para uma vaga repartição de vago departamento. Queixou-se ao pai, aposentado, que isso de se chamar Ministro não conduz a grandes coisas e pode até atrasar a vida.
-Ora, meu filho, hoje no bueiro, amanhã no Pão de Açúcar. E você não tem de que se queixar. Num momento em que tanta gente importante sua a camisa pra ser Ministro, e fica olhando pro céu pra ver se baixa um signo do astral, você já é, você sempre foi Ministro, de nascença! de direito! E não depende de governo nenhum pra continuar a ser , até a morte!
Abraçaram-se, chorando.
Coincidentemente, nesta madrugada, li uma crônica do mestre Carlos Drummond de Andrade, que tem tudo a ver com as constantes trocas no ministério da dona Dilma. Ela está no livro De notícias e não notícias faz-se a crônica, da editora Record. Vou reproduzi-la:
Serás Ministro
- Esse vai ser ministro - sentenciou o pai, logo que o garoto nasceu.
- E você, com esse ordenado micho de servente, tem lá poder pra fazer nosso filho ministro? - duvidou a mãe.
- Então, só porque meu ordenado é micho ele não pode ser ministro? A Rádio Nacional deu que Abraão Lincoln trabalhava de cortar lenha no mato e chegou a Presidente dos Estados Unidos.
- Isso foi nos Estados Unidos.
- E daí? Nem eu estou querendo tanto pra ele. Só quero uma de Ministro.
-Tonzinho, deixa isso pra lá.
- Pra começar, a gente convida o Ministro pra padrinho dele.
- O Ministro não vai aceitar.
- Não vai por quê? Trabalho no gabinete há dois anos.
- Ele é muito importante.
- O Ministro é tão ocupado, você mesmo diz. vê lá se tem tempo pra batizar filho de pobre.
- Pois sim. Ele me trata com toda a consideração, de igual pra igual. Hoje mesmo eu faço o convite.
Fez. O Ministro não pode comparecer, mas enviou representante. era quase a mesma coisa. na hora de dizer o nome do menino, o pai não vacilou; disse bem sonoro:
- Ministro.
- Como? - estranhou o padre.
- Ministro, sim senhor.
A mulher ia atalhar: "Tonzinho, não foi Antônio de Fátima que a gente combinou? " mas era tarde.
No cartório, também estranharam:
- Ministro por quê?
- Porque eu escolhi. Acho lindo.
- Não é nome próprio.
- Pois eu cá acho muito próprio. Não tem aí uma família chamada Ministério, aliás com pessoas distintas, médicos, dentistas etc?
- Tem.
- Pois então. Meu filho é Ministro, só isso. Ministro Alves da Silva, futuro cidadão útil à Pátria. Tem alguma coisa demais?
O garoto registrou-se . Cresceu. Na escola, achavam-lhe graça no nome. Parecia apelido. Depois, o costume. Há nomes mais estranhos.Ministro não era o primeiro da classe, mas também não foi dos últimos.
Já moço, o leque das opções não se abriu para ele. Entre o ofício sem brilho e o andar térreo da repartição, acabou sendo, como o pai, servente de repartição. Promovido a contínuo.
- Eu não disse? - festejou o pai. - Começou a subir. O máximo que subiu foi trabalhar no gabinete do Ministro.
- Ministro, o sr. Ministro está chamando.
- Ministro, já providenciou o cafezinho do sr. Ministro?
- Sabe quem telefonou pra você, Ministro? A mulher do sr. Ministro. Diz que você prometeu ir lá consertar algumas goteiras e esqueceu.
- Ministro! Roncando na hora do expediente!
Começaram os equívocos:
- Telefonema para o Ministro.
- Qual? O Ministro ou o sr. Ministro?
- Esse Ministro é um cretino! Me fez esperar uma hora nesta poltrona!
- Perdão, Deputado, o senhor está ofendendo o Sr. Ministro.
- Eu? Eu? Estou me referindo a esse animal, esse,,,
Até que se apurasse que o animal era Ministro, o contínuo - que confusão!
O Ministro de Estado, ciente da confusão, recomendou ao assessor:
- Faça esse homem trocar de nome.
- Impossível, Sr. Ministro. É o seu título de honra.
- Então suma com ele da minha vida.
Mandaram para uma vaga repartição de vago departamento. Queixou-se ao pai, aposentado, que isso de se chamar Ministro não conduz a grandes coisas e pode até atrasar a vida.
-Ora, meu filho, hoje no bueiro, amanhã no Pão de Açúcar. E você não tem de que se queixar. Num momento em que tanta gente importante sua a camisa pra ser Ministro, e fica olhando pro céu pra ver se baixa um signo do astral, você já é, você sempre foi Ministro, de nascença! de direito! E não depende de governo nenhum pra continuar a ser , até a morte!
Abraçaram-se, chorando.
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