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sexta-feira, 30 de março de 2012

Pat Metheny & Antonio Carlos Jobim - How Insnsitive

PAT METHENY - LETTER FROM HOME

sexta-feira, 9 de março de 2012

Jimi Hendrix Red House Live Stockholm 1969 THE BEST VERSION!

8 de março também é o meu dia

Nasci de novo no dia 8 de março de 2007. Escapei ileso de um acidente de carro. Vinha de um jogo de futebol society, num campo que nem existe mais, no Morumbi. Tinha bebido apenas água de bebedouro. Garoava. Quando atravessava a Ponte Velha do Morumbi, a menos de 50 km/h, o carro derrapou e por pouco não bati na grade de proteção. Fiquei cinco minutos sem conseguir respirar direito, tentando entender o que aconteceu. Óleo na pista? Algum problema mecânico? Já era de madrugada e senti o que é a solidariedade paulistana. Ninguém parou para saber se eu estava bem ou o que tinha acontecido.
Consegui levar o carro até a minha garagem. 15 km de pânico.
No dia seguinte, ainda sob impacto da véspera, quase provoquei uma tragédia na Juscelino, perto da Atilio Inocenti. Furei o sinal quando vinham os pedestres, entre eles, mãe com bebê num carrinho. O guarda estava perto. Não me multou nem deu bronca. Segui em frente. A vida também.

terça-feira, 6 de março de 2012

Repartições públicas

Um dos meus maiores medos é precisar de algum serviço público. Polícia, Detran, cartórios, Receita Federal, bancos estatais e SUS estão na vanguarda destes temores. O Poupatempo centraliza várias repartições, o que não significa agilidade e rapidez na prestação de serviço à população.
Comentei o assunto com amigas. Uma delas é vizinha da sede do Incra, em São Paulo. Já passei por lá e vi gente do MST acampada no local, que fica no bairro diferenciado de Higienópolis. O que não sabia é que lá dentro tem mesa de tênis de mesa e  pilhas de papeis acumuladas ao lado de funcionários mais preocupados em jogar paciência. Sem falar do Incra ocupar uma área caríssima e distante das principais regiões do estado, como o Pontal de Paranapanema, onde reforma agrária é tema prioritário.
Esta semana, fui à belíssima Biblioteca Mário de Andrade e não pude renovar um livro por estar com o cartão vencido. Detalhe: na penúltima visita, não fui informado sobre isso pela funcionária que carimbou a devolução para a próxima quinta-feira, 9 de março. Para quem não conhece o sistema, a BMA, como é mais conhecida pelos frequentadores, pede comprovante de residência, documentos de identidade e, se bobear, a cor do traje íntimo no momento da inscrição. Expliquei para a funcionária, que ela tinha todos os meus dados e que não costumo portar comprovante de residência quando saio às ruas. A biblioteca fica a 10 km da minha residência. Venho de bicicleta. Pedi para ela fazer um novo cartão, que me permitisse levar mais um livro. Na próxima visita, prometi trazer o tal comprovante. Negativo. Ordens são ordens, resposta clássica também utilizada em outra dimensão bem mais dramática, pelos soldados nazistas.
A mesma biblioteca, que tem um acervo que merece a visita (e a leitura), mantém dois funcionários para uma função absolutamente dispensável. Para guardar os pertences dos visitantes, um anota os dados de identificação e o outro coloca num armário e dá a respectiva chave. Acredito que eles devem até ter feito concurso público para tal nobre tarefa e, é claro, que recebem por isso. Como contribuinte diria que é dinheiro jogado fora pela administração pública.
Outro exemplo de estupidez (e desperdício de dinheiro público): aos domingos e feriados, a prefeitura monta um esquema de cones e coloca monitores ao longo da ciclofaixa. Estes ficam nos cruzamentos, com bandeirinhas, com as quais controlam o fluxo de ciclistas. No meu caso, que sou mais experiente, acho que eles só atrapalham. Sinal vermelho para os ciclistas. Os veículos estão bem longe ou nem passam por ali, mas os monitores insistem em fechar o tráfego dos ciclistas com suas bandeirinhas. Saio por fora e vou embora. Os monitores são tão dispensáveis quanto os funcionários que guardam as bolsas dos visitantes da biblioteca.   Fora algum maluco, que é exceção, a maioria dos ciclistas vai respeitar o sinal vermelho em cruzamentos perigosos como o da Juscelino ou da Santo Amaro. Mais importante é colocar os cones delimitando a área da ciclofaixa. Aliás, skatistas e pedestres não estão nem aí com o trânsito de bicicletas e não são orientados a sair dali, assim como os novatos que ocupam os dois lados, impedindo que quem corre mais tenha uma faixa livre.
Para fechar, meu solene protesto aos gênios da CPTM, Companhia Paulista de Trens Metropolitanos, administradora da Ciclovia da Marginal Pinheiros. No último domingo, que teve temperatura na casa dos 30 graus, não havia água nos bebedouros de uma das pontas da ciclovia, perto de Interlagos. Percorri 14 km sem uma gota de água na garrafa por causa disso. Os acessos são poucos e, um deles, o da Vila Olímpia, é mal feito. Apesar das calhas estreitas para posicionar a bicicleta, o usuário precisa vencer vários lances de escada e não pode pedalar na passarela. Para quem está exausto, é uma arquitetura insana. Nas novas passarelas, que aí alguém mais inteligente transformou os degraus em rampas, tem a mesma proibição estúpida da passarela da Vila Olímpia - o ciclista precisa desmontar da bicicleta e levá-la na mão.  Ora, se a medida foi tomada por questão de segurança, pela lógica da CPTM (que entende só de trens), os ciclistas também deveriam utilizar a ciclovia desmontados das suas magrelas.

sexta-feira, 2 de março de 2012

Poderia ter sido eu

Hoje, 2 de março de 2012, aconteceu mais uma morte de ciclista. Desta vez, uma mulher atropelada por um ônibus, na avenida Paulista. Eu tinha passado por lá por volta das 9h e podia ter sido a vítima.
A Paulista exige atenção redobrada dos ciclistas por causa dos pedestres, dos passageiros que descem dos veículos e nos pontos de paradas de ônibus. É perigosa nos dois sentidos da região da Praça Oswaldo Cruz, o da aproximação do Shopping Paulista, e o da rua Rafael de Barros.Não vou me alongar sobre educação de trânsito. Num país, onde boa parte da população não usa a descarga ou não lava as mãos depois de usar o banheiro, exigir respeito ao próximo é ficção científica.
Voltamos à tragédia sofrida pela ciclista. Vi comentários na internet culpando a vítima!  Outros disseram que pedalar em SP é coisa para maluco, que a cidade não é nenhuma Amsterdam (o que é uma pena) e não sabe conviver com este ente estranho que usa um meio de transporte mais rápido, mais limpo e econômico, como se a bicicleta fosse salvar o planeta.
Eu imagino a cena - a ciclista, que estava no corredor entre a faixa de ônibus e uma das pistas centrais, leva uma fechada de um motorista de ônibus, discute com a anta e, não vê a aproximação de outro coletivo e morre atropelada. Ela podia até não ter razão, mas em termos de prioridade no trânsito, o ciclista só perde para o pedestre. Tá lá no Código que todos esquecem após as provinhas do Detran. Também está escrito que os veículos precisam dar uma distância de, no mínimo, um metro e meio para o ciclista. Se as ruas não tem este espaço, quer dizer que está liberado passar por cima da bicicleta?
Há motoristas e "motoristas". Posso falar com cátedra do assunto. Já fui vítima de manobras maldosas pelo simples fato de estar em cima de um selim. O ponto de ônibus ficava 500, 300, 100 metros à frente, com o motorista tendo condições de fazer a parada sem risco, mas várias vezes fui obrigado a subir na calçada para não ser prensado feito hot dog. Pura sacanagem. Ontem, mais dois exemplos da selvageria automotiva. Levava a bicicleta na mão (o pneu traseiro furou e fiquei impossibilitado de ensinar futebol aos meus amigos globais) pela avenida Vereador José Diniz. Estava na calçada. Um manobrista-troglodita de uma pizzaria avançou uma SUV estacionada para andar 15 metros e entregar o veículo ao cliente, sem ver o discreto ciclista (uso mais luzes que um carro alegórico e roupas mais coloridas do que a de uma drag queen).  Não demorou muito e mais uma cena de estupidez explícita: um animal no volante simplesmente não deu passagem quando eu atravessava uma rua de Moema. Pressa no horário? Só se fosse para ir ao banheiro.

quinta-feira, 1 de março de 2012

Brecker Brothers Live In Barcelona - Some Skunk Funk

Nota de falecimento

Morreu nesta capital, o até então jornalista Beno Suckeveris. Tinha 51 anos, 11 meses só na última fase de  desemprego. Cansou de esperar e de procurar uma proposta de trabalho na área para qual dedicou quase 30 anos de carreira. Só não comemorou a data redonda em 2011, pois estava ocioso no dia 21 de setembro.
Como diria o contemporâneo canhoto e escorpiano Diego Armando Maradona, foi uma bela carreira. Estava no 3º ano do falecido curso de Rádio e Televisão (hoje é Multimeios? Multimídia?) da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, quando recebeu o convite irrecusável para trabalhar na Band. Começou como coordenador de praças do principal jornal da emissora. Num plantão, foi o primeiro a ver a notícia do início da Guerra das Malvinas num teletipo (sim, era da época do telex, do teletipo, da máquina de escrever, veja o que são estes equipamentos numa wikipédia da vida). Pena que faltou agilidade à retaguarda da Band para dar o furo. Na função de coordenador, teve dois desmaios por estresse, passou por uma greve por atraso nos pagamentos e viu muita gente boa se destacar. Já pai de uma menina, resolveu estudar jornalismo na Faculdade Cásper Líbero, onde aprendeu, entre outras disciplinas, como colocar o cinema em dia, fazer o trajeto Morumbi-Paulista na hora do rush em tempo recorde, jogar bem tênis de mesa e a anacrônica taquigrafia. Bom aluno,  graças aos créditos recebidos na USP, fez o curso em um ano e meio.
De posse do diploma, logo foi promovido a editor internacional do Jornal da Band. Daí para outras aventuras não demorou muito. Só pelas empresas do Grupo Band de Comunicação, atuou mais de dez vezes. Entre outras passagens memoráveis, como editor do Canal 21 no tempo que este incomodava o jornal da Band capitaneado por Paulo Henrique Amorim, que levava surras diárias do 21, e como um dos fundadores do Band News, responsável pelos (muitos) acertos e  (poucos) erros das madrugadas. Era legal ver o Jornal Nacional dando uma notícia que ele já havia colocado no ar com umas 15 horas de antecedência. A carteira de trabalho, que não ganhava um registro há muito tempo, tem anotações de praticamente todas as emissoras de São Paulo. Também prestou serviços como repórter de esportes na Folha, como assessor e pesquisador da Confederação Brasileira de Atletismo e até escreveu anúncios de Natal e crônicas para a Gazeta de Pinheiros e Revista do Faustão. Também perdeu na primeira rodada de um torneio Imprensa de Tênis para o companheiro de SBT, Ibsen Costa Manso, mas defendeu pênaltis num torneio Imprensa de Futebol Society e ganhou passagens para os EUA em outro campeonato, desta feita promovido pela revista Placar. O brinde valeu  um passeio com a filhota pelos parques de Orlando, em plena Olimpíada de Atlanta, quando não foi escalado pela Rede Record, apesar de ser o editor de esportes da emissora!
Na Rede Globo, ainda nas velhas instalações da Praça Marechal Deodoro, foi editor do Bom Dia São Paulo e, como acontecera na primeira vez que trabalhou na TV Cultura, aprendeu que lidar com cobras no Instituto Butantam é menos arriscado.
O tempo passou e, desgostoso com a profissão, no auge da forma física (pedalava praticamente todos os dias, além de jogar futebol três vezes por semana), desistiu do jornalismo, e agora vai começar uma nova empreitada. Daremos os detalhes nas próximas edições deste blog.