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segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Apelo ao ladrão desconhecido

Caro (sim, está me dando uma boa despesa de tempo e dinheiro) ladrão
Gostaria que o sr. larápio devolve-se pelo menos os documentos e alguns objetos importantes para mim, que estavam numa mochila vermelha, presente de aniversário que recebi do casal Mauro e Marly. Ela foi furtada no último sábado, quando eu participava de um churrasco, dividia várias cervejas e alguns goles de Black Label com os meus amigos do futebol. As bebidas não são desculpas pela minha desatenção. A sensação de perda resolve qualquer ressaca.
O talão de cheque não terá serventia. A polícia e o banco já sabem que ele foi subtraído de mim e está bloqueado.
Os documentos, principalmente os do carro, a segunda via do RG e a minha carteira de habilitação, também não vão servir para o sr. gatuno. Pode ficar com o bilhete único, mas você (já estamos ficando íntimos. Afinal, pelos documentos, já sabe quem eu sou, onde moro, quem são os meus pais e que eu mesmo sou pai - tem uma linda foto com a minha filha recém-nascida no colo, tirada há quase 29 anos) não precisa da minha ficha de inscrição na Biblioteca Mário de Andrade. Aliás, se o sr. fosse um leitor, certamente, teria uma cabecinha menos ligada ao mundo do crime, exceto, se gostasse de literatura policial. Recomendo Agatha Christie para começar  nesta área. A velhinha era ótima, mas não há informações de que ela tenha furtado alguma coisa ou matado alguém. Ou seja, não aplicava na prática o que escrevia.
Pode levar os níqueis guardados num porta-filme fotográfico (alguém ainda usa?) improvisado como moedeiro. Não vou querer de volta os comprimidos de Pepsamar, apesar da eficiência do remédio nas minhas frequentes crises de azia. O mesmo vale para o porta-óculos.
Triste mesmo ficarei sem a foto citada acima, sem os documentos (serei obrigado a visitar o inferno, digo Detran, digo Poupatempo) e sem a minha câmera Canon, recentemente, recebida de presente da minha filha que vive na distante Austrália. Na véspera, eu tinha fotografado um encontro de ex-colegas do saudoso Ginásio Israelita Brasileiro Scholem Aleichem e feito imagens inéditas do prédio do Bom Retiro, que soube pelo meu amigo Jorge, que era obra do arquiteto Jorge Wilhelm. O convite-imã de geladeira, uma obra sensacional do Marcelo Cipis, também estava na mochila.
Um último apelo: Sr. Ladrão, as fotos tem um imenso valor para mim e meus amigos. Venha aqui, faço de conta que não fui furtado, baixo as fotos no computador e nem dou queixa para a polícia. Topas?

Um comentário:

  1. Pow, com um apelo desse, eu devolveria se tivesse feito a subtração desses bens, relato emocionante...rs . Infelizmente o larápio provavelmente não sabe ler e nem se conectar à internet, logo não irá devolver nada...Pena... :(

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