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terça-feira, 20 de setembro de 2011

30 anos um dia

Amanhã, vão se completar 30 anos do meu primeiro dia na Band. Comecei como coordenador de rede do Jornal da Band graças ao ex-diretor Luiz González, hoje um próspero empresário ligado à GW (González e Woile Guimarães, outro grande jornalista que tive o prazer de conviver na Globo), irmão do Fábio, hoje diretor jurídico daquele time da Baixada Santista, e do Henry, e filho do saudoso Waldemar, amigão do meu pai.
Em setembro de 1981, estava cursando o terceiro ano de Rádio e Televisão da Escola de Comunicações e Artes da USP. Um ano e um mês depois, já era pai da Stela.
Comecei numa grande escola junto com Maria Cristina Poli, a apresentadora do Jornal da Cultura, Bel Rocha e Carlos Roberto Zen, esta lenda viva do Jornalismo Extraterrestre, hoje diretor dos programas musicais da TV Sesc e na TVT de São Bernardo do Campo. Foi uma das melhores redações que tive oportunidade de trabalhar, interrompida por uma greve causada por um incômodo atraso de meses de salários. A maioria foi demitida e mesmo assim, teve uma carreira brilhante pela frente.
A bancada do Jornal da Band era formada por uma dupla de craques - Ferreira Martins e Joelmir Betting. Um exemplo da competência do Joelmir foi no dia da estreia da novela Os Imigrantes, de Benedito Ruy Barbosa. Na ocasião, a Globo ainda se preocupava com a concorrência da emissora do Morumbi e, por isso, esticou o Jornal Nacional em 40 minutos, propositalmente, para atrasar a novela. Pois bem, o Joelmir improvisou durante todo este tempo e segurou a barra do jornal. A novela foi um dos raros sucessos de dramaturgia da Band, que se acomodou na posição que ocupava hoje no Ibope. Uma pena, pois foi e é uma escola para muitos profissionais e um bom lugar para se trabalhar. Tanto que voltei várias vezes pra lá e sempre fui bem recebido, inclusive pelas famílias Saad/Jafet.
Durante cinco anos, fui coordenador de rede, responsável pela recepção das matérias que vinham via Embratel. Era uma operação complicada, que dependia de telex, da boa vontade dos funcionários da então estatal de autorizações das chefias (o que significava $$$) e da qualidade técnica das gerações. Eu cheguei a parar duas vezes no hospital por conta do estresse.
Minha promoção a editor só aconteceu depois de ter me formado jornalista na Faculdade Cásper Líbero, onde fui craque de ping pong e assíduo frequentador dos cinemas da redondeza.No primeiro dia de aula, o professor de rádio e televisão prometeu levar os alunos para visitar os teletipos (!!!) da Band. Eu, que acabara de chegar de lá e convivia diariamente com os teletipos (sim gente, não havia internet nem computador, precisávamos teclar em máquinas de escrever - irritado com as constantes quebras, uma vez joguei uma no chão para ver se alguém tomava atitude e melhorava o hardware), declinei do convite e pedi dispensa da matéria.Cumpri o curso feito presidiário. Marcava os dias que faltavam para tirar o diploma. Fiquei de fora da formatura. Afinal, ela aconteceu  no primeiro dia das minhas férias e o paraninfo da turma, Joelmir Betting, era meu colega de trabalho.
Hoje, não tenho mais colegas de trabalho. Aliás, nem trabalho eu tenho, mas não poderia esquecer o 21 de setembro de 1981. Trinta anos um dia.  

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