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domingo, 21 de agosto de 2011

Sócrates, Neto, Rivellino e outros ídolos

Falta menos de duas horas para começar a segunda-feira, 22 de agosto de 2011. Espero que seja a minha última segunda-feira sem trabalho remunerado. Trabalhos não faltam. Tenho a faxina, o supermercado, a feira, a escovação dos dentes, o mastigar dos alimentos (a eliminação também dá um trabalho danado, especialmente nos casos de prisão de ventre), os gastos de calorias jogando bola ou pedalando, as horas de digitação no computador e este blog, entre outros serviços não pagos. Aliás, sou eu quem pago.
Choradeira à parte, tivemos boas notícias neste domingo gelado. Sócrates já está melhor depois do susto de parar na UTI do Einstein. A seleção brasileira ganhou o penta sub-20 na final contra Portugal, marcada pelos erros dos dois goleiros e pelos três gols de Oscar. Depois de perder em casa para o Figueirense, o Corinthians se manteve na liderança do Brasileirão graças aos tropeços de Flamengo e São Paulo.
Voltamos ao Sócrates. Foi o último jogador que acompanhei nos estádios sem a obrigação de trabalhar. Inteligente dentro e fora de campo. Teve uma carreira curta, mas inesquecível, principalmente, no Corinthians e na Seleção. Como repórter da Folha de SP, fui ao primeiro treino dele no Santos. Na saída, aproveitamos para dar uma carona de fusquinha até o hotel onde estava hospedado. Aliás, ele pediu a carona, coisa inimaginável nos jogadores de hoje, cercados de seguranças e assessores de imprensa. Nunca foi um atleta ou fez questão de ser marqueteiro. Logo de cara acendeu um cigarro. Rendeu-me uma das matérias de capa do caderno de esportes. Muito bom para quem vinha de alguns anos de redação de TV e ficou apenas quatro meses como frila da Folha. Conheci amigos e tive uma experiência maravilhosa, apesar de longas jornadas de trabalho (cheguei a virar 14 horas por dia) e da pouca grana.
Esta semana, aproveitei a noite quente, pedalei até os Jardins e vi dois curtas no Museu de Imagem e Som, o simpático MIS. Um deles, já ganhou a minha simpatia pelo título - Juventus rumo a Tóquio. O filme, captado por dois câmeras digitais e feito por alunos que também passaram pelo curso de Rádio e TV da ECA/USP, mostra a emocionante final da Copa SP, entre o Juventus e o Linense, no estádio da rua Javari (onde certa vez fiz matéria sobre os juvenis do time da Mooca, durante os quatro meses de frila para a Folha). O vencedor ganhou vaga na Copa do Brasil, que por sua vez classifica o campeão para a disputa do título mundial, que na época acontecia no Japão. Daí o título otimista. A ideia do curta foi mostrar os bastidores, a reação da torcida e o jogo aparece em escassos momentos. É impossível não se emocionar com o filme. O mesmo vale para o outro curta da noite. "Rivellino", nome de um dos meus maiores ídolos, razão pela qual sou corinthiano. Achei  que seria uma cinebiografia tradicional, com depoimentos dele, da família, de colegas de profissão etc. Mas, assim como a maioria do pequeno público do aconchegante cinema do MIS, fui surpreendido pelo roteiro. Em resumo, trata-se de um encontro entre um ex-presidiário e o promotor que o condenou num ônibus. Uma daquelas situações-limite, tipo Cabo do Medo, do Scorsese. Só que ela é quebrada com a entrada do Rivellino como passageiro. A simples presença do ídolo muda o foco da conversa do marginal com o promotor e a história caminha para um final inesperado, com direito a um depoimento de Maradona.
Citei o Neto no título, É outro ídolo corinthiano com quem convivi na Band e até jogamos no mesmo time uma única vez. Sábado à noite, ele comentou a grande vitória do Brasil sobre Portugal por 3 x 2, no Mundial Sub-20 da Colômbia. Em dado momento, empolgado com o vigor físico do meia Fernando, disse que "parecia que ele tinha dois pulmões." Olha, eu prefiro mil vezes o Neto com gafes como esta do que, por exemplo, o Caio Ribeiro e a maioria dos comentaristas da Sportv (Nori é exceção), pródigos em clichês e bom mocismos, insossos e chatos.

  

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