Hoje, 2 de março de 2012, aconteceu mais uma morte de ciclista. Desta vez, uma mulher atropelada por um ônibus, na avenida Paulista. Eu tinha passado por lá por volta das 9h e podia ter sido a vítima.
A Paulista exige atenção redobrada dos ciclistas por causa dos pedestres, dos passageiros que descem dos veículos e nos pontos de paradas de ônibus. É perigosa nos dois sentidos da região da Praça Oswaldo Cruz, o da aproximação do Shopping Paulista, e o da rua Rafael de Barros.Não vou me alongar sobre educação de trânsito. Num país, onde boa parte da população não usa a descarga ou não lava as mãos depois de usar o banheiro, exigir respeito ao próximo é ficção científica.
Voltamos à tragédia sofrida pela ciclista. Vi comentários na internet culpando a vítima! Outros disseram que pedalar em SP é coisa para maluco, que a cidade não é nenhuma Amsterdam (o que é uma pena) e não sabe conviver com este ente estranho que usa um meio de transporte mais rápido, mais limpo e econômico, como se a bicicleta fosse salvar o planeta.
Eu imagino a cena - a ciclista, que estava no corredor entre a faixa de ônibus e uma das pistas centrais, leva uma fechada de um motorista de ônibus, discute com a anta e, não vê a aproximação de outro coletivo e morre atropelada. Ela podia até não ter razão, mas em termos de prioridade no trânsito, o ciclista só perde para o pedestre. Tá lá no Código que todos esquecem após as provinhas do Detran. Também está escrito que os veículos precisam dar uma distância de, no mínimo, um metro e meio para o ciclista. Se as ruas não tem este espaço, quer dizer que está liberado passar por cima da bicicleta?
Há motoristas e "motoristas". Posso falar com cátedra do assunto. Já fui vítima de manobras maldosas pelo simples fato de estar em cima de um selim. O ponto de ônibus ficava 500, 300, 100 metros à frente, com o motorista tendo condições de fazer a parada sem risco, mas várias vezes fui obrigado a subir na calçada para não ser prensado feito hot dog. Pura sacanagem. Ontem, mais dois exemplos da selvageria automotiva. Levava a bicicleta na mão (o pneu traseiro furou e fiquei impossibilitado de ensinar futebol aos meus amigos globais) pela avenida Vereador José Diniz. Estava na calçada. Um manobrista-troglodita de uma pizzaria avançou uma SUV estacionada para andar 15 metros e entregar o veículo ao cliente, sem ver o discreto ciclista (uso mais luzes que um carro alegórico e roupas mais coloridas do que a de uma drag queen). Não demorou muito e mais uma cena de estupidez explícita: um animal no volante simplesmente não deu passagem quando eu atravessava uma rua de Moema. Pressa no horário? Só se fosse para ir ao banheiro.
Lady Gaga (não), Paris Hilton (não), Justin Bieber (quem ?), Corinthians (sempre), mulher (sempre), rock (sempre), jazz (sempre), sertanejo (longe daqui), crônicas, baboseiras, bobagens, divagações, filosofias, conversas para bois (e vacas) dormirem, papos sem pé e sem cabeça, digressões, piadas, anedotas, observações, pílulas, sagas, prosopopeias...
Postagens populares
-
Nesta quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012, é bem provável que Mário Negromonte apresente a renúncia ao cargo de ministro das Cidades. Se nã...
-
O clima em São Paulo anda tão seco que o único vento que rola é de pum. Na quarta-feira, presenciei uma cena de filme. 4 bandidos que fugi...
-
Morreu nesta capital, o até então jornalista Beno Suckeveris. Tinha 51 anos, 11 meses só na última fase de desemprego. Cansou de esperar e ...
-
Faltam poucos dias para a Virada Cultural em São Paulo, um dos acertos da atual administração municipal. No sábado, dia 16, e no domingo,17 ...
-
Feliz Natal, Feliz Ano Novo, Feliz Chanucá, Feliz Haj, Feliz Ramadã, Feliz Páscoa, Ótimo Carnaval, Maravilhoso Dia da Marmota, Grande Dia da...
-
Uma viagem fantástica está rolando até domingo, na Espn. É o Tour de France, a mais famosa e charmosa competição de ciclismo do mundo. Meu f...
-
Daqui a exatos 3 meses e 6 dias, farei anos juntamente com o sr. Marcos Cartum, arquiteto de renome, autor do logotipo do Museu Afrobrasilei...
-
A Hora da Abobrinha era uma lauda diária que escrevia numa máquina de escrever (sim, jovens, Olivetti e Remington não são nomes de participa...
-
Repíto uma crítica recorrente à minha pessoa. É a de que me exponho demais nas redes sociais e no blog e que isso me carboniza (queimar é po...
-
Estou lendo Nada Será Como Antes - MPB Anos 70 30 anos depois (390 páginas, editora Senac Rio), da jornalista carioca Ana Maria Bahiana, um...
Nenhum comentário:
Postar um comentário