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quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Ano sabático

Acho curiosa a expressão "ano sabático". Geralmente, quem se dá ao luxo de parar um ano são artistas que preferem dar um tempo nas novelas para se dedicar ao teatro, ao cinema etc ou ministros, principalmente os da área econômica, que resolvem entrar em quarentena para não configurar uma relação espúria com o governo que acabam de deixar. Sim, tem outros exemplos, mas o sentido é o mesmo.
No meu caso, ano sabático é um castigo. Estou à véspera de completar oito meses sem trabalho remunerado (há algumas semanas comecei uma deliciosa experiência como voluntário da Fundação Dorina Nowill). Parei de chorar sobre isso. Não comovi ninguém, embora não negue a ajuda de alguns amigos e conhecidos na tentativa de acabar com esta situação. Sou apenas um número na estatística dos desempregados.
Estou cada vez mais decidido a mudar de profissão. Esta estúpida insistência em querer ganhar a vida fazendo o que mais gosto não tem futuro. Sem desmerecer o mérito de boa parte dos colegas da minha geração, hoje, deveria estar ocupando um cargo de chefia, exercendo uma diretoria, só me preocupando em fazer relações públicas,  talvez dirigindo alguma assessoria de imprensa ou coisa parecida. Não foi isso que consegui. Admito que fracassei no sentido convencional de crescer profissionalmente, construir um belo patrimônio e fazer bonito na fotografia. Admito também que dei vários tiros no próprio pé, que sou uma pessoa de difícil relacionamento, mesmo tendo demonstrado competência no trabalho ao longo dos anos.
Esperava ter trabalho no mês passado, quando fiz aniversário. Seria um grande presente. Esperava estar no mesmo trabalho que estava até o final de março. Era gratificante  por combinar esporte, história e jornalismo, três das minhas maiores paixões. Ainda tenho fé que, com a chegada do Natal e de um novo ano, as coisas mudem e que o ano sabático seja apenas uma lembrança do passado.

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