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domingo, 17 de abril de 2011

Beno na Virada Cultural

Quem viu a minha penúltima postagem, deve ter pensado - "Pô, o cara é um veterano de Virada Cultural e deu umas dicas bacanas" - pelo menos, foi a reação que senti nos comentários Mas, a realidade foi cruel e precisei mudar a minha programação em cima da hora. No sábado, desisti de ir de metrô ou de bicicleta e acabei indo de carro para o Centro, estacionando na "linda e cheirosa" alameda Cleveland, a duas quadras do palco da Estação Júlio Prestes, uma novidade deste ano, perto da paradisíaca Cracolândia e um pouco distante dos demais palcos. No caminho, uma linda Lua Cheia e uma noite quente. Chegamos (sim, estava acompanhado) no bis da rainha Rita Lee. Ficamos esperando a segunda atração do palco, A produção colocou rock na caixa, como aquecimento para o show de Edgar Winter. O irmão do Johnny parece um Ray Conniff menos careta. Cantou e tocou sax e teclados, acompanhado de uma banda afiada. Não faltou "Frankenstein", a música mais conhecida do veterano roqueiro. Não ficamos até o final. Resolvemos andar até o Boulevar São João para ver o Beatles 4Ever, que fez uma maratona de 24 horas com todos os álbuns dos Fab Four. No caminho, gays, bêbados, moradores de rua, lixo, famílias inteiras, putas, concurso de dança na avenida Ipiranga,travecos, turistas, xixi e cocô no ar e nas calçadas, vendedores de vinhos feitos em adegas caseiras, cervejas, red bull a R$ 6; e policiais que parecem ter obedeciam um decreto não escrito, que liberava o do consumo de drogas nos dois dias da Virada.
Quando chegamos no Boulevar, era intervalo de show. Cansados e um tanto tensos com a multidão, paramos numa padaria, jantamos e fomos embora, ouvindo o final de Irmandade do Blues e Larry McCray. Nada de Slim Jim Phantom, o baterista do extinto Stray Cats, nada de Marina. Bem, o sábado acabou mais cedo.
No domingo, último dia da Virada, mudei de estratégia. Fui sozinho e de bicicleta. Sol, dia lindo. Ruas do Centro bloqueadas. Uma delícia. Fui à tarde e perdi a Cor do Som, o Sossega Leão, Almir Sater. Cheguei a ver a passagem do som de Maria Alcina e Eddy Star em pleno Centro Velho, perto da BM&F e dos bancos. Desta vez consegui ver o competente Beatles 4Ever, que fez um perfeito cover do Abbey Road. Depois, fui ao Largo do Arouche para assistir os Incríveis, mas já havia acabado a apresentação. Não perdi a viagem. Conheci a banda californiana Los Straightjackets, que transformou o Arouche numa praia de Surf Music.Só faltaram o Frankie Avalon e Annete Funnicello. São quatro músicos muito bons. Um baterista, um baixista e dois guitarristas, que além de tocarem muito, fazem coreografias engraçadíssimas. Executaram a música-tema de Batman e até música de Michel Legrand, tudo em ritmo de Surf Music. Perto de mim, uma menina  de uns três anos fazia air guitar, deixando encabulada a mãe e provocando sorrisos na plateia. Foi uma hora de festa e, definitivamente, virei fã da banda.
Movimento seguinte, desisti de comer o maravilhoso sanduiche do Estadão, devido ao excesso de público. Voltei ao palco do Beatles 4Ever, que agora tocava os hits do álbum Masters Part 1. Do meu lado, o repórter Wallace Lara, de folga da Globo, com a mulher e o filho, com quem tirou foto, tendo o palco de fundo. Parti para a Líbero Badaró, onde vi rapidamente um show de jazz. Não me animei muito e fui para o Arouche, onde Erasmo Carlos levantou a multidão. De cara, declarou que ia cantar com prazer velhos sucessos pela enésima vez. Nego Gato ganhou uma versão com toques de Jimi Hendrix. Passei rapidamente pela Praça da República, antes do show do Paulinho da Viola, que acabei não vendo. Lá na praça completamente lotada, estava o Steel Pulse, uma banda histórica de reggae. Segui para a última atração que vi da Virada: o ótimo Soft Machine Legacy, na Líbero Badaró. Vi pouco. Já estava escuro, o vento estava frio e as iguarias árabes do Jaber da Domingos de Moraes me esperavam como prêmios por escalar a avenida da Liberdade e a Rua Vergueiro com vigor de garoto.

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